Mega Eventos: Depoimentos de Moradores
Como os seus antecessores, o prefeito Neucimar Fraga brindou os moradores da Praia da Costa com o evento anual “Jesus Vida Verão”, uma espécie de manifestação religiosa e uma feira de CDs, doces, salgadinhos e placas de publicidade paga em todo o perímetro do evento. E como não podia deixar de ser, com o barulho de uma multidão ensandecida em meio ao espocar de um foguetório, ao qual não faltaram bombas de alto poder explosivo, e a buzina dos carros impedidos de circular pela única pista de rolamento da orla. Tudo em nome de Jesus.
Eu soube que o prefeito Fraga é um batista militante, o que leva a conclusão de que é também um adepto do evento a que tem de se submeter todos os moradores da Praia da Costa, evangélicos ou não.
Tenho a convicção de que os três dias de duração desse evento religioso-comercial constituem uma brutal violência aos direitos dos cidadãos que se transformam em reféns da ruidosa manifestação, forçados a permanecerem em casa com janelas fechadas impossibilitados de ver televisão e até mesmo de conversar em tom natural.
O Prefeito Neucimar Fraga e os adeptos dessa feira anual que intitulam “Jesus Vida Verão” têm todo o direito de se manifestar (de preferência sua igreja), mas sem perturbar a vida e o verão dos que não professam esse evangelismo de massas. Queiram Jesus e a justiça local que este seja o último “Jesus Vida Verão” encenado na Praia da Costa.
Israel Alves de Castro
Talvez os que defendam os mega-eventos na Praia da Costa tomem como exemplo o que ocorre no Rio de Janeiro, entretanto, a geografia é totalmente diferente e os procedimentos também. Normalmente se isolam a rua da praia credenciando carros de moradores para terem acesso. Existem outras opções de trânsito, ruas paralelas e metrô, dando possibilidade de estacionamento distante do evento, mesmo assim, há relato de inúmeros problemas (roubos, mortes etc.), que o diga moradores daquela área. Creio que o Município de Vila Velha deve atrair turistas que venham somar a receita para a cidade e não depredá-la. Porém, todas as cidades necessitam de um lugar adequando para mega-eventos seria ora de pensamos em uma área multiuso onde fosse possível realizar as mais diversas atividades, entre elas: ações sociais, atividades esportivas, culto e outros. Deveríamos planejar uma área para um ginásio esportivo, um estádio municipal e um grande estacionamento onde possibilitaria todas grandes atividades.
Não sou a favor do JESUS VIDA VERÃO na Praia da Costa, porque imagino que não atinge aos objetivos. Vejo como uma festa profana religiosa, o que não deveria ser provavelmente queiram evangelizar um grande número de pessoas, entretanto, não me parece que isto aconteça. Tem efeito contrário, causando aversão a muitos. Provavelmente, um arrastão da fé seria muito mais proveitoso.
Josefino de Souza Moraes
Como moradora e cidadã, acho que o estado de direito deve ser respeitado, porém embora não sendo contra a qualquer religião (VIVÊNCIA), o evento deste ano apesar de ser percebida uma série de cuidados, nos causa transtornos quanto ao: barulho, limpeza, segurança e graves problemas no trânsito, nos tirando o direito de ir e vir.
O evento deve e pode continuar, porém em outro lugar, porque a Prainha, por exemplo.
Janete Maria Lírio Vieira
Há algum tempo pretendia manifestar minha indignação com o evento Jesus Vida Verão, mas me contive porque não conseguia, começava a redigir e minha ira era tamanha que me deparava com palavras impublicáveis.
Pois bem, agora munido da mais integra paciência de Jô, racionalmente indignado venho perguntar. O que os patrocinadores do evento ainda pretendem? Zoar com a nossa cara?
Não dá pra suportar tanto abuso. Já estamos no dia 05/02/09, são praticamente 13 dias do termino do show e o palco ainda continua lá. Pergunta-se, qualquer cidadão que armar uma barraca será convidado a desarmá-la. O que explica esta demora no desarme deste empecilho que continua atrapalhando a ida e vinda dos que querem caminhar pela areia ou contemplar a beleza da praia?
Gilberto Tesch
Como morador da Praia da Costa, local que moro há 10 anos, não posso deixar de manifestar a minha opinião a respeito deste evento, Jesus Vida Verão, palco de tanta polêmica.
1 – Este tipo de evento quando começa a perturbar a paz e a liberdade de ir e vir dos moradores, está fadado a acabar, temos o Vital como exemplo.
2 – Os promotores deste evento têm que procurar agir de uma forma inteligente para continuar com o evento, que acredito deve ser compensador para eles, até aí tudo bem.
3- Promover qualquer evento tem que ser em local que o público vá e que não perturbe ninguém, exemplo, Ginásio Álvares Cabral, Parque de Exposição de Carapina, entre outros. Ao longo destes 28 anos como promotor de eventos, sempre tive cuidado com centenas de shows realizados em Vila Velha e Vitória, como também em todo o Estado e outras regiões do Brasil.
4- Talvez os promotores do evento estejam precisando de um apoio logístico, planejamento e alguma experiência no ramo, no qual honestamente me coloco a disposição, inclusive já com uma sugestão de um lugar adequado, para que este evento continue em paz, e assim agregue valores ao município e todos fiquem bem.
5- Acho pouco provável que Jesus, o mestre maior, esteja em um evento que não se respeita o próximo, as outras coisas que aconteceram não vou nem citar, pois já foram exaustivamente faladas neste espaço. Cabe à AMPC fazer uso dos direitos para fazer valer o direito de todos aqueles moradores da região da Praia da Costa, que se sentiram agredidos e sem condições de chegarem ou saírem de seus lares.
Fernando Palhares
Informo que somos moradores da Praia da Costa há quase vinte anos e ultimamente estamos nos sentindo em uma terra de ninguém aonde pessoas não moradoras se vem no direito de invadir a nossa privacidade.
Jesus Vida verão já passou da hora de acabar, segundo os produtores do evento o mesmo está amparado por lei estadual e municipal penso que existem problemas bem mais sérios que são merecedores de leis, acredito que o evento possa ser realizado em qualquer lugar menos em um local que não comporta a multidão que aparece nesse evento, que usa o nome do senhor para propagar a consumação de comidas e bebidas, com a colocação de barracas e o mau cheiro de urina e sujeira que temos que suportar no dia seguinte.
Sugiro que o evento seja realizado em outro local, mas não do jeito que fazem todos os anos realizam no mesmo local na extensão da Avenida Gil Veloso, não vi até agora o referido evento mudar de local, pois somos moradores da Avenida Antonio Gil Veloso e não consigo ficar em minha residência.
Eu sou pagadora de todos os impostos que a mim são imputados. Além do mais, deveria se medir o nível de decibéis, pois o barulho é ensurdecedor.
Hoje dia 09/02/09, o Sr Magno Malta se achou no direito de programar outro evento em plena segunda-feira, um dia em que todos estão cansados depois de um dia de trabalho e mais uma vez não podemos descansar, pois a Praia está com quilômetros de engarrafamento, barracas de comidas, bebidas.
Peço encarecidamente que os senhores representantes da nossa comunidade que tentem junto com as autoridades locais transferir esses eventos para um local apropriado que não venham perturbar os moradores que escolheram este local maravilhoso para morar.
A lei do silêncio tem que valer, pois cansamos de estarmos em nossas residências domingo à tarde e não podemos descansar devido a carros que estacionam na frente da praia abrem a porta traseira e ligam o som no volume mais alto possível. Por favor, nos ajudem.
Rosangela Almeida