Imprimir

Alimentos vendidos na praia podem conter um perigo invisível

Na Praia da Costa, barracas comprometem a saúde de freqüentadores e o visual da orla.

imagem004_fmtA temporada do verão associada ao período de férias leva a um aumento de pessoas que lotam as praias à procura de descontração, lazer e atividades saudáveis. Vários alertas sobre os cuidados que se devem tomar nesse tipo de passeio são bem divulgados na mídia como: áreas onde a água do mar é própria para o banho, os cuidados com a pele na exposição ao sol, porém; existe um perigo invisível o qual os freqüentadores das áreas praianas são surpreendidos: alimentos contaminados.

Os quitutes vendidos na praia podem vir com alguns “ingredientes” extras: fungos, vírus e bactérias que podem ser encontrados nos lanches, petiscos e bebidas. Eles se desenvolvem por serem favorecidos pelas condições precárias de higiene nas praias e no organismo humano, em poucas horas, causam entre outros males, a infecção intestinal.

São quiosques, barracas de milho, carrocinhas de cachorro-quente, bares improvisados, ambulantes, todos sem estrutura; como refrigeração, vendendo tudo quanto é tipo de comida, o que acaba sendo uma ameaça à saúde dos consumidores.

As pessoas que freqüentam a Praia da Costa e os moradores do bairro colocam em dúvida a qualidade das comidas e bebidas disponibilizadas à venda na praia. Algumas dessas pessoas compartilham da opinião e defendem uma fiscalização mais severa por parte da Vigilância Sanitária. Os casos de intoxicações alimentares e infecções não eram para ser banalizados, e no verão, por causa do aumento da temperatura, o número cresce de vítimas que ingerem alimentos nas regiões litorâneas e depois passam mal.

Além disso, na Curva da Sereia, por exemplo, além da situação dos alimentos os moradores contestam o visual feio ocasionado pelos amontoados de barracas. Alguns lembram o quanto isso prejudica o turismo no local.

O que é importante ressaltar é que qualquer comida disponibilizada à venda na praia é propensa à contaminação. E isso é explicado pelo fato da falta de higiene no preparo dos alimentos, a comida acaba ficando exposta muito tempo sem uma refrigeração adequada, os utensílios (copos, pratos, canudos e talheres) deveriam ser descartáveis e não poderiam estar expostos.

Por causa disso, caso você seja um adepto a tomar somente uma água de côco quanto vai à praia, saiba que até a fruta pode estar contaminada. Desta vez, os microorganismos não estão na água, mas sim, no canudo. Além disso, pesquisas realizadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) constam que muitas das contaminações encontradas nos alimentos e bebidas são ocasionadas por coliformes fecais (material de fezes) que possivelmente são passadas pelas mãos do vendedor. O indivíduo que ingere coliformes fecais pode apresentar gastroenteria (náuseas, vômito, febre e dores abdominais).

Com relação aos alimentos vendidos na praia, a coordenadora da Vigilância Sanitária de Vila Velha, Marizete de Oliveira Silva, disse que o órgão está desenvolvendo O Projeto Quiosques, que começou no mês de outubro e o término está previsto para o dia cinco de dezembro deste ano. O objetivo dessa ação é fiscalizar os quiosques.

Já com relação à venda ambulante de alimentos, a coordenadora afirmou que a fiscalização será realizada no início de dezembro, e neste mesmo mês se iniciará também plantões aos finais de semana e à noite na orla e nas praças do município que tenham venda de comida. Os telefones da Vigilância Sanitária de Vila Velha são 3388-4151 e 3388-4153.


Alguns dos microorganismos presentes nos alimentos manipulados de forma errada ou mal conservados

Staphylococcus aureus

A bactéria é encontrada, principalmente, em alimentos com alta concentração de açúcar ou sal, leite, queijo e batatas. A contaminação ocorre através da manipulação de alimentos e o tempo de incubação é de uma a seis horas. O microorganismo é resistente ao calor e, quando ingerido, pode causar vômito, mal-estar e dor de cabeça.

Eschericichia coli

Presente em fezes de homens e animais, a bactéria contamina a água, verduras, aves, pescados e qualquer alimento processado manualmente, mal cozidos ou mantidos em temperatura inadequada. De oito a 22 horas após a ingestão da comida contaminada, o indivíduo apresenta cólicas e diarréia.

Salmonella sp

A maionese, carne bovina, de aves ou peixes, alimentos mal cozidos ou armazenados em locais não refrigerados podem apresentar o microorganismo. A bactéria causa diarréia, febre, vômito e mal-estar.

Shigella

Bactéria presente em fezes humanas que pode ser transmitida através da água, presunto, maionese e aves, causando disenteria, cólica, febre e vômitos. Para eliminá-la, é preciso aquecer o alimento a 60C, durante 15 minutos. O microorganismo pode desencadear a Síndrome do Choque Séptico, que pode levar o indivíduo à morte.

Clostridium botulinum

Quando os alimentos defumados, conservas caseiras e pescados não são bem refrigerados ou são deixados várias horas expostos, eles podem ser contaminados pela bactéria. Os sintomas são visão dupla e insuficiência respiratória, podendo levar à morte.

Fonte: Revista Saúde! É vital (Editora Abril)
Fonte: Revista Pesquisa FAPESP.

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar