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Por que cabines de pedágio em Vila Velha?

O Governo do Estado publicou decreto de desapropriação de imóveis na Praia da Costa para instalar cabines para cobrança do pedágio da 3ª ponte, ignorando os trâmites legais. Por lei são obrigatórias a apresentação de estudo de impacto e a realização de audiências públicas com a comunidade local. Mas isso não foi feito.

O que nos parece é que estão nos empurrando a ideia goela abaixo, como no tempo da ditadura. Sem entrar no aspecto legal da medida, qual a razão de um gasto tão elevado para executar obra que entendemos desnecessária e inócua. Bastaria que fosse estabelecida a cobrança em dobro em apenas um sentido (V.Velha x Vitória) e o assunto estaria automaticamente resolvido, dando mais fluidez ao trânsito, sem provocar engarrafamentos em Vitória, sem desalojar os moradores pressionados por um processo de desapropriação a preço vil e finalmente sem despender recursos públicos com tal obra. Muito já se falou que a cobrança em dobro em apenas um sentido não poderia ser implantada porque muitos usuários utilizariam a ponte apenas em um sentido, dando a volta pela Rodovia Carlos Lindenbergpara não pagar pedágio.

Com o preço da gasolina a R$ 2,89, o custo do combustível até a praça do pedágio seria de R$ 4,335 (l,5 litros) e com o congestionamento do trânsito em todos os pontos da cidade isso não mais seria viável em se tratando de perda de tempo. Finalmente, causa-nos estranheza o Estado pensar em gastar R$10 milhões para executar obra que só beneficiará a iniciativa privada.
Diretoria AMPC

 

Entenda o assunto

A proposta é transferir cabines para o lado de Vila Velha, mas apenas no sentido Vitória x Vila Velha. Do outro lado, a praça do pedágio se manteria no mesmo local onde está hoje. Em agosto de 2013, o Jornal Praia d Costa divulgou reportagem que mostrava que segundo o Ministério Público do ES, o governo teria autorizado a colocação de 14 cabines de pedágio da Terceira Ponte no lado canela-verde.

Para fazer a alteração, será preciso desapropriar imóveis da Rua Ignácio Higino. Os moradores reclamam que estão sendo obrigados a vender seus imóveis, onde nasceram, criaram seus filhos e fizeram amizades. O que agrava ainda mais a situação é que tanto desgaste só tem um objetivo: atender a grupo privado que quer ganhar mais e mais sem preocupar com a mobilidade de fato, com a qualidade de vida e, consequentemente, com a coletividade. A medida está causando transtorno para os moradores do entorno da ponte e também para os motoristas que circulam no local. Isso porque com as cabines o trânsito em cima da ponte deve ficar complicado. Só está se transferindo o problema do lado de Vitória para Vila Velha, ou seja, quem passa por ali vai continuar sofrendo com engarrafamentos.

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