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O (bom) exemplo de Cariacica

É fácil realizar uma boa gestão pública quando as variáveis convergem para um bom resultado, difícil é realizar uma boa gestão pública com todas as adversidades possíveis.

O que faz um município verdadeiramente carente ter os melhores resultados dos últimos tempos em termos de gestão pública? Será que a diferença está na liderança, que prioriza o atendimento ao interesse público, a despeito dos prazeres pessoais, dos complexos, das incompetências, da falta de visão dentro do contexto de futuro?

Um município sem praia, sem rede hoteleira, sem grandes investimentos na construção civil.  Um município que recentemente teve o primeiro investimento do BNDS.

Quais foram os parceiros que apresentaram bons resultados, para que outros se inspirem, copiem com humildade e sabedoria? Como estes municípios, como Cariacica, conseguem o prêmio de prefeito empreendedor do ES, e o terceiro do Brasil? Qual o segredo? Com certeza os investidores deste município, com a oportunidade de serem ouvidos, contribuíram em muito para o sucesso da gestão municipal, exemplo a ser seguido por outros gestores públicos, que no alto de sua arrogância não conseguem se espelhar nas boas práticas implantadas pelos seus vizinhos, e em uma mistura mal-sucedida de “burrice” com má-fé, não conseguem estabelecer um canal comunicação, não conseguem ouvir, entender a sociedade (empresas, principalmente micro e pequenas empresas, profissionais liberais, entidades, instituições, etc.) que representa para definir as prioridades do seu município.

Este foi o primeiro passo, com certeza virão outros, onde o principal indutor de desenvolvimento e distribuição de renda continuará sendo levado em consideração, que é o seguimento das micros e pequenas empresas .

Diante de uma gestão nacional focada no empreendedorismo, Cariacica não perdeu a oportunidade de sair na frente e mostrar para o ES e para o Brasil, que gestão pública é muito mais do que fazer pracinhas, cooptar líderes comunitários, além de nomear assessores incapazes de entender o novo momento político, social e econômico do Brasil, do Estado e do Município.

Com certeza, se não fossem as pontes, Cariacica já teria os portos necessários para avançar ainda mais. O empresário não investe em um município hostil às atividades produtivas, onde o gestor pensa pequeno. O empresário prefere andar mais e apostar em gestões claras, transparentes, seguras, hospitaleiras, que não mudam de rumo conforme a “lua”, reflexo do humor do gestor ou muito sensíveis às mudanças geopolíticas. Não se discute políticas públicas de desenvolvimento como se fossem orçamento participativo.

Recentemente ouvi uma frase que me chocou: “Nossos políticos são o espelho da nossa sociedade, não são diferentes de nós”. Fico me perguntando – será que somos assim? Está na hora de nós, como cidadãos, sairmos da nossa “zona de conforto”, sairmos da inércia, e reivindicarmos políticas públicas voltadas para a valorização das nossas potencialidades, para o desenvolvimento econômico local, sob pena de ficarmos à margem do desenvolvimento dos nossos vizinhos.

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