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Fique de olho: dengue avança no Estado

O verão se encerra nesse mês de março com uma notícia alarmante: os casos de dengue estão aumentado no Estado. Cinco municípios capixabas estão em situação de alerta para a dengue.

O sinal vermelho foi dado pelo Ministério da Saúde, com base nos números do levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), divulgado no dia 26 de fevereiro. Segundo o órgão, o Espírito Santo é o sexto estado com mais casos de dengue registrados de 1 de janeiro de 2012 a 16 de fevereiro de 2013.

No ano anterior, foram 1.445 notificações contra 9.013 deste ano. O que representa um aumento de 524 %, no mesmo período por grupo de 100 mil habitantes. Os cinco municípios capixabas que estão em situação de alerta para a dengue são: Guarapari, Linhares, Serra, Cariacica e Piúma. Já a situação de Colatina é ainda mais crítica, o município está em estado de risco devido a quantidade de casos registrados.

De acordo com o Ministério da Saúde, 22 municípios foram analisados. Segundo o levantamento do Ministério da Saúde os criadouros do mosquito aedes aegypt no Espírito Santo são encontrados em sua maioria nas casas, nos armazenamentos de água e por último, nos lixos. Os números da dengue O último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostra que o Estado já registrou um total de 13.617 notificações de casos de dengue, sendo 419 suspeitas da forma grave (dengue com complicação e hemorrágica), três óbitos foram confirmados e dez ainda estão sob em investigação, no período entre 30 de dezembro de 2012 e 23 de fevereiro de 2013.

O último registro de morte por dengue ocorreu em Vila Velha. A dona de casa Vilma Cruz do Nascimento, 32 anos, morreu vítima da dengue hemorrágica. A moradora do bairro Guaranhuns começou a se sentir mal no dia 22 de fevereiro e faleceu no dia 3 de março. Os sintomas da doença A grande maioria das infecções é assintomática.

Quando surgem, os sintomas costumam evoluir em obediência a três formas clínicas: dengue clássica, forma benigna, similar à gripe; dengue hemorrágica, mais grave, caracterizada por alterações da coagulação sanguínea; e a chamada síndrome do choque associado à dengue, forma raríssima, mas que pode levar à morte, se não houver atendimento especializado.

- Dengue clássica: Nos adultos, a primeira manifestação é a febre alta (39º a 40º), de início repentino, associada à dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas, atrás dos olhos, vermelhidão no corpo e coceira. Num período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas geralmente regridem, mas pode persistir um quadro de prostração e fraqueza durante algumas semanas.

Nas crianças, o sintoma inicial também é a febre alta acompanhada apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarreia. A vermelhidão no corpo pode estar presente ou não. - Dengue hemorrágica: As manifestações iniciais da dengue hemorrágica são as mesmas da forma clássica. Entretanto, depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder, aparecem sinais de hemorragia, como sangramento nasal, gengival, vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele, além de outros.

Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias. - Síndrome do choque associado à dengue: O potencial de risco é evidenciado por uma das seguintes complicações: alterações neurológicas (delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia), sintomas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva, derrame pleural. As manifestações neurológicas, geralmente, surgem no final do período febril ou na convalescença.

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Crise social

Entre os 50 milhões de jovens brasileiros, mais de 84% vivem no meio urbano. A maior parte desses jovens reside na periferia das cidades, convive com rotina de violência, ensino de baixa qualidade, saúde precária, metade deles vive em moradias inadequadas, portanto com uma qualidade de vida ruim.

Dois milhões dos que têm entre 15 e 29 anos vivem em favelas e quase 15% deles permanecem fora da escola; é grande a desproporção entre idade e série, pois nem a metade dos alunos entre 14 e 15 anos está no ensino médio, etapa crucial da educação.

Pior, essa freqüência continua sem melhora significativa, comprometendo o futuro de milhões de brasileiros. Dessa forma, a desigualdade avança para o âmbito dos postos de trabalho, pois a qualidade da formação profissional faz com que o nível dessa mão de obra não atenda as necessidades dos empregadores e comprometa o produto final.

Com um rendimento menor, as condições de vida desse grupo social deixam a desejar e aí se configura em violência, visto que para grande parte dessa multidão restará apenas o trabalho informal e pequenos “bicos”. Enquanto prevalecer esse quadro, certamente continuaremos a conviver com gravíssimos problemas sociais, onde o consumo e o tráfico de drogas têm provocado enormes problemas para a sociedade.

É fato que todo traficante é um assassino em potencial. Como também é fato que todo usuário de drogas é uma vítima em potencial. Precisamos urgentemente suscitar em nós uma reflexão acerca da violência que atinge e tolhe a vida de muitos deles e questionar os governantes sobre as políticas públicas.

O que está sendo ineficaz? A qualidade da educação, da saúde pública, da assistência social, o deficiente conjunto de leis (Código Penal), o número insuficiente de membros que operam a segurança pública? Segundo dados do Mapa da Violência 2012, os assassinatos de crianças e adolescentes no país, entre 1980 e 2010, aumentaram 376%, ao passo que, no mesmo período, os homicídios como um todo cresceram 259%.

Em 1980 os homicídios de jovens representavam pouco mais de 11% do total de casos de morte por assassinato. Já em 2012, esse número subiu para 43%. Esses casos merecem o seguinte comentário: o aumento vertiginoso do assassinato de jovens no Brasil é apenas um reflexo do que pode ser considerada nossa maior bomba social. O abandono da juventude. É um tema que, apesar de todos os avanços, ainda não está na agenda dos brasileiros.

Dada a velocidade da deterioração da qualidade de vida, é preciso que a sociedade como um todo faça urgentemente uma reflexão, especialmente os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ou avançamos ou será o caos.

Diretoria AMPC