Para a população em geral a resposta é bem difícil, mas para quem vive em tratamento, essa é uma pergunta simples. Segundo os integrantes dos Narcóticos Anônimos, não é preciso pensar duas vezes sobre esta pergunta e eles dizem: “NÓS SABEMOS! Toda a nossa vida e nossos pensamentos estavam centrados em drogas, de uma forma ou de outra – obtendo, usando e encontrando maneiras e meios de conseguir mais. Vivíamos para usar e usávamos para viver”.

Um adicto é simplesmente um homem ou uma mulher cuja vida é controlada pelas drogas. É aquela pessoa que está nas garras de uma doença progressiva, que termina sempre da mesma maneira: prisão, instituição e morte.

Para os adictos, o uso de qualquer substância que altere a mente ou o ânimo provoca um problema em qualquer área da vida. A adicção é uma doença que envolve mais do que o uso de drogas. Alguns acreditam que a doença já estava presente muito antes de ter usado droga pela primeira vez.

A maioria dos dependentes não se considerava adicta antes de chegar ao Programa de Narcóticos Anônimos. A informação de que dispunham vinha de pessoas mal informadas.

O pensamento comum aos adictos é de que estariam bem, enquanto conseguissem parar de usar drogas por um tempo. O foco era parar de usar, não o uso. À medida que a adicção progride, pensa-se cada vez menos em parar. Somente em desespero, os dependentes se perguntam: “Será que é por causa das drogas?”

Segundo o N.A., “não escolhemos nos tornar adictos. Sofremos de uma doença que se manifesta de maneiras anti-sociais, e que torna difícil a detecção, o diagnóstico e o tratamento”.

Essa doença isola os adictos das pessoas, a não ser quando estão obtendo, usando e arranjando maneiras e meios de conseguir mais drogas. Hostis, ressentidos, egocêntricos e egoístas, o dependente se isola do mundo exterior. Qualquer coisa que não é completamente familiar torna-se estranha e perigosa. O uso de drogas vira uma forma de sobrevivência, a única maneira de viver que conhecem.

Um aspecto da adicção é a incapacidade de lidar com a vida como ela é. O dependente químico experimenta drogas e combinações de drogas, tentando lidar com um mundo aparentemente hostil. “Sonhamos encontrar um fórmula mágica que resolva o nosso maior problema – nós mesmos”, é o que revela o N.A.

A verdade é que os adictos não conseguem ter êxito usando qualquer substância que altere a mente ou modifique o ânimo, inclusive maconha e álcool. As drogas deixam de fazer bem. E esse mal acaba afetando toda a família.

Capítulo de texto dos Narcóticos Anônimos