Superporto pode ser instalado em Vila Velha
A presidente Dilma Roussef anunciou no dia 6 de dezembro que o Espírito Santo será beneficiado pelo pacote de incentivos aos portos brasileiros. Serão investidos R$54,2 bilhões no setor portuário brasileiro, desse total, R$ 13 bilhões vão ser aplicados em terminais capixabas. Entre os portos capixabas beneficiados pelo pacote está o de águas profundas, que ainda não foi definido onde será construído.
Dois municípios disputam o terminal, chamado de superporto: Vila Velha (Ponta da Fruta) e Vitória (Praia Mole). A possibilidade de investimentos maiores acirrou a corrida entre os dois municípios para definir onde será instalado o superporto.
Vila Velha está bem cotada nessa disputa. Todas as últimas movimentações políticas e econômicas em relação ao Porto de Águas Profundas (Portaes) têm indicado o muncípio canelaverde. Logo após o anúncio da presidente do Brasil, o prefeito Neucimar Fraga (PR), realizou um seminário para debater o projeto.
Entre os convidados, o governador Renato Casagrande, outro grande entusiasta da proposta, além de estudiosos e especialistas da área. Mas os moradores e entidades de movimentos sociais não foram convocados para o encontro.
Um dos movimentos atuantes, o Fórum Popular em Defesa de Vila Velha (FPDVV), reclamou a ausência de convite para o debate. O seminário levou o nome: “Porto indústria: ponte para o desenvolvimento”. Mas até que ponto esse desenvolvimento econômico é positivo para o município?
O Fórum Popular em Defesa de Vila Velha se preocupa com os danos ao meio ambiente e lançou uma carta aberta em defesa da cidade, em que declara estar ciente “dos profundos impactos que um empreendimento deste porte teria na região”, nos pontos de vista ambiental, econômico e urbano. Na carta, o FPDVV critica a forma de condução do processo, principalmente sobre a falta de participação dos seguimentos organizados da sociedade civil.
O documento diz: “esta atitude de desrespeito à democracia participativa nas decisões de grande vulto para a cidade e do desenvolvimento a qualquer custo tem transformado a vida na cidade num ambiente urbano inseguro e com graves problemas de mobilidade urbana e carência de infraestrutura, haja visto o problema da drenagem urbana.
Seminário discute instalação do porto
O fórum tem sido uma trincheira quando o assunto é garantir a participação da sociedade e dos movimentos sociais nas grandes decisões do município, em especial sobre o Porto de Águas Profundas.
O FPDVV realizou um seminário na Câmara Municipal da cidade sobre a questão, com a participação de quase 200 pessoas, inclusive representantes da AMPC. Dos participantes, 91 responderam a um questionário sobre o porto, com a maioria tendo se posicionado contra a sua instalação em território canelaverde. A carta também tece críticas ao desenvolvimento recente da cidade, que, segundo o fórum, não considerou o impacto decorrente.
“Trata-se de uma via de desenvolvimento que procura ignorar a longa tradição de participação popular e política da população, bem como a preservação do acervo ambiental que ainda possui.”
Por enquanto, a instalação do porto em Vila Velha é apenas desconfiança. Segundo o Governo do Estado, o anúncio do local escolhido será feito após análise de estudos de viabilidade. (com informações dos jornais: Folha Vitória e Século Diário)
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