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A revolta dos bonecos

Eis a manifestação. De qualquer forma e origem ela apenas externaliza aquilo que causa indignação ao ser humano.  Ao longo da história da humanidade vemos essa característica no homem, ora de forma radical: guerras, motins, entre outros; ora de forma pacífica, como os revoltados “caras pintadas” no Brasil, por exemplo. Agora, na atualidade, a modalidade de demonstrar a insatisfação do coletivo em relação ao poder público são os bonecos como o “Zé Buracão”.

Esse boneco foi criado por um borracheiro carioca para protestar contra os buracos e posteriormente ele foi adotado pelo Jornal Extra (RJ), a fim de divulgar as denuncias de buraco incisivamente.

Afinal, existe maneira mais serena e ao mesmo tempo apelativa que colocar um boneco grande de pano sinalizando os buracos que insistem em permanecer nas vias?  O interessante é que a idéia se espalhou pelo Brasil e essa forma de expressão chegou até em Vila Velha (Será por quê?). Ou seja, o João Buração não está sozinho, outras versões do boneco têm surgido e algumas possuem outros motivos de reclamação: Zé do Lixo, Buraconildo, Zé Vergonha etc.

Literalmente, quem se propõe a confeccionar um boneco e posicioná-lo em um local de transtorno é porque quer chamar a atenção da mídia e a partir disso, sensibilizar as autoridades. É fato e temos que destacar a criatividade dos brasileiros, sempre arrumam um jeito original de cobrar soluções de problemas.

Com isso, só faltam surgir os seguintes bonecos revoltosos: João Saúde, Zé Educação, Maria Segurança, Pedro Corrupção... Assim, vai virar um negócio lucrativo constituir uma oficina para confeccionar bonecos em qualquer parte do Brasil, pois a demanda é grande e a revolta dos bonecos parece que só começou.

Diretoria da AMPC

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