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A política tem solução no Brasil?

Quando olhamos os vários escândalos que afetam o sistema político brasileiro a maioria de nós tende a dizer que a resposta para esta pergunta é não. Um grande, direto e redondo NÃO.

Pensamos em Sarney, lembramos de Renan, não nos esquecemos de Collor e cada um de nós, seletivamente, se lembra de uma interminável lista de escândalos maiores ou menores, mais recentes ou um tanto antigos. Escândalos não faltam e se reproduzem numa velocidade, a cada ano que passa mais intensa.

Quem quiser verificar uma lista longa, mas ainda incompleta, pode achar na Wikipédia (alguns problemas conceituais não a invalidam). Basta digitar “escândalos de corrupção” no Google e clicar na primeira opção que aparece.

Quando verificamos o Presidente Lula apoiando Sarney e estendendo a mão para Collor e Renan ou quando descobrimos o Presidente do PSDB, Senador Sérgio Guerra (PE) buscando e conseguindo o apoio de Severino Cavalcanti (que renunciou ao mandato e à presidência da Câmara) e do deputado cassado Pedro Corrêa, para a sua reeleição ao Senado em 2010 isso só nos reforça o discurso do não, o discurso de que não tem jeito, de que tudo é assim e assim sempre será.

Nós, na Transparência Capixaba, não acreditamos nisso.

Evidente que não pensamos que exista uma solução mágica ou rápida para os problemas que a tanto se acumulam e que hoje são mais fiscalizados e acompanhados pela sociedade, pela imprensa e por alguns agentes políticos, mas que, ao mesmo tempo, pela impunidade, ainda existente, dão sinais de contínuo crescimento. Claro que não acreditamos que algum “cidadão honrado” irá sozinho resolver o problema.

Então, alguém irá perguntar: qual a solução?

A solução lenta, coletiva, progressiva, mas efetiva, passa por várias ações combinadas. Todas, no entanto, têm um elemento comum: a presença ativa e permanente da sociedade.

Desenhar o processo de renovação do nosso sistema de poder implica agir preventiva e punitivamente.

No campo da prevenção precisamos intensificar os esforços para que as escolas, famílias e meios de comunicação trabalhem a discussão da ética cotidianamente. Isso deve ser feito com exemplos do nosso dia-a-dia e com as atitudes dos políticos.

Precisamos intensificar e ampliar continuamente a efetiva transparência dos poderes públicos. Quem mexe com o erário tem que prestar contas de forma clara e inteligível para o cidadão comum “tintim por tintim”.

Precisamos institucionalizar a participação da sociedade nos mecanismos de discussão, elaboração e controle de políticas públicas.

Precisamos efetivar a punição para todos. A desigualdade, uma marca histórica de nossa sociedade em vários campos, não deve ser aceita – de forma alguma – nessa que é uma questão fundamental: a justiça. O caso do megafraudador americano Bernard Madoff nos mostra como pode ser rápida e efetiva a aplicação da justiça.

Podemos, ainda, tratar de mudanças no nosso sistema político-partidário. Responsabilizar os partidos pelos candidatos que apresentam, permitir as candidaturas avulsas, implementar controles efetivos no sistema de financiamento eleitoral, são algumas medidas que poderiam ajudar.

Isso não é tudo. Apenas o começo de uma longa batalha contra a corrupção que, diga-se de passagem, não tem vitória final. Exige eterna mobilização. O que você tem feito para isso?

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