Alerta para prevenção de acidentes envolvendo crianças nas férias

Os pais devem ter especial cuidado com os chamados "acidentes domésticos", comuns no período de férias. Eles podem ser causados por ingestão de produtos de limpeza, por brincadeiras simples e bastante comuns como soltar pipas, andar de bicicleta ou correr pelo quintal.

O Corpo de Bombeiros Militar alerta que há ainda os perigos nas estradas para aqueles que programaram viagens e que exigem alguns cuidados ao transportar as crianças, sempre observando os equipamentos de segurança necessários para cada idade, como o bebê conforto, a cadeirinha e o assento de elevação.

As crianças podem ser vítimas de quedas, afogamentos, queimaduras por exposição ao sol ou por contato com materiais incandescentes, intoxicação, envenenamento, lesões por acidentes de trânsito, desidratação, insolação, asfixia, eletrocutadas, esquecidas no interior de veículos, dentre outros.

Veja algumas das situações de acidentes e os cuidados para evitá-las:

Crianças esquecidas no interior de veículos

Repetidamente crianças são esquecidas, por horas, trancadas dentro de um veículo. A alta temperatura aliada à falta de oxigênio dentro de um carro fechado, especialmente para o organismo de criança, causa asfixia, desidratação e a dilatação dos vasos sangüíneos, e podem provocar a perda de consciência, parada cardíaca, e conseqüentemente, a morte.

A orientação é não deixar, sob hipótese alguma, crianças ou animais dentro de um carro fechado.

Pipas

Quando a pipa está com sua linha ao natural ela apresenta perigos maiores para as crianças que estão brincando, pois exige que ao brincar, o olhar e a atenção estejam voltados para o alto, e um segundo de distração pode gerar um acidente, como cair de lugares altos (árvores, muros, casas, torres), atravessar na frente dos carros e serem atropeladas.

Mas há uma maneira dessa brincadeira se tornar ainda mais perigosa: é a prática de colocar cerol (mistura geralmente de cola com vidro em pó ou finos de metais) na linha para que fique cortante e derrube as demais pipas.

A prática de aplicar cerol à linha pode transformá-la em uma arma letal, caso corte, por exemplo, o pescoço de um motoqueiro ou ciclista. O cerol também é um condutor de energia e se a linha tocar na rede elétrica, a pessoa que está empinando a pipa pode morrer eletrocutada.

Medidas de prevenção

- Nunca soltar pipa perto de antenas, postes e fios elétricos, porque podem se machucar seriamente;

- Preferir locais abertos como parques ou campos;

- Nunca empinar pipas em lugares altos, como telhados ou lajes. Ao olhar para cima, a criança pode tropeçar e cair;

- Brincar de soltar pipa em dias de chuva é muito perigoso devido aos raios. Só faça isso quando o tempo estiver bom;

- Jamais utilize linha metálica, como fio de cobre de bobinas;

- Também não faça pipas com papel laminado porque o risco de choque elétrico é grande;

- Tente soltar pipa sem rabiola, como as arraias. Na maioria dos casos, a pipa prende no fio por causa da rabiola;

- Se a pipa enroscar em fios, não tente tirá-la. É melhor fazer outra. Nunca use canos, vergalhões ou bambus;

- Ao correr atrás das pipas, muito cuidado com o trânsito. Tenha atenção especial com os motociclistas e ciclistas.

Bicicleta

Ao andar de bicicleta, skate ou patins, o maior perigo é a lesão na cabeça, que pode levar à morte ou deixar seqüelas permanentes. A forma de proteção craniana mais efetiva é o uso de capacete. Esta proteção reduz o risco de traumatismos cranianos.

Medidas de prevenção

- Compre um capacete que atenda aos padrões de qualidade;

- O capacete deve ser confortável e aconchegante, nunca apertado. Também não pode ficar solto, balançando de um lado para o outro;

- As crianças devem brincar em locais seguros, fora do fluxo de carros e longe de piscinas e sacadas;

- Vigilância é essencial até que as crianças desenvolvam as habilidades necessárias para o trânsito.

- Não andar de bicicleta quando estiver escuro. À noite deve-se usar roupas claras ou, reflexivas;

- Fazer manutenção na bicicleta constantemente;

- Os pés da criança devem alcançar o chão enquanto ela estiver sentada no assento da bicicleta.

Afogamento

As crianças são as principais vítimas de afogamento, segundo dados do Ministério da Saúde. A principal causa de mortes e seqüelas na faixa etária de zero a 14 anos, são os acidentes não intencionais, como afogamento.

Medidas de prevenção

- Não imergir em água após lanches e refeições;

- Não se afastar da margem;

- Não saltar de locais elevados para dentro da água;

- Prefira lançar objetos flutuantes (bolas, bóias, isopores, madeiras, pranchas e outros) ou então corda para salvar pessoas, ao invés da ação corpo a corpo;

- Identifique nas proximidades a existência do salva-vidas e permaneça próximo a ele;

- Olhe a sinalização do local, pois a mesma indicará se ele é próprio para banho ou não;

- Não deixar a criança na banheira para pegar uma toalha: pois cerca de 10 segundos são suficientes para que a criança dentro da banheira fique submersa;

- Feche sempre a tampa do vaso sanitário e tranque a porta do banheiro;

- Sempre use colete salva-vidas aprovado pela guarda costeira quando estiver em praias, rios, lagoas ou praticando esportes aquáticos;

- Instale cercas de isolamento ao redor da piscina com pelo menos 1,5 metro de altura, equipadas com portões e travas;

Envenenamento ou intoxicação

As crianças acabam correndo grande risco, por não ter noção do que é nocivo para saúde, muitas vezes colocando na boca, inalando ou tocando em materiais nocivos.

Medidas de prevenção

- Guarde todos os produtos de higiene e limpeza e medicamentos trancados, fora da vista e do alcance das crianças;

- Mantenha os produtos em suas embalagens originais. Nunca coloque um produto tóxico em outra embalagem. Poderá ser confundido com algo sem perigo;

- Saiba quais produtos domésticos são tóxicos. Produtos comuns como enxaguantes bucais podem ser nocivos se a criança engolir em grande quantidade;

- Nunca deixe produtos venenosos, sem atenção enquanto os usa. Só leva alguns segundos para que ocorra um envenenamento;

- Sempre leia os rótulos e bulas, siga corretamente as instruções para dar remédios às crianças, baseado no peso e idade, e use apenas o medidor que acompanha as embalagens de medicamentos infantis;

- Saiba quais plantas dentro e ao redor de sua casa são venenosas, remova-as ou deixe-as inacessíveis para as crianças. Veja quais os vegetais tóxicos mais comuns;

- Ensine às crianças a nunca colocar na boca, folhas, caule, casca, nozes ou sementes de qualquer planta;

- Quando adquirir um brinquedo para a criança, certifique-se que ele é atóxico, ou seja, não contém componentes tóxicos;

-Jogue fora medicamentos com data de validade vencida e outros venenos potenciais.

- Em caso de intoxicação, entre em contato imediatamente com o pronto-socorro ou Centro de Controle de Toxologia de sua cidade para receber orientações adequadas;

- O leite não deve ser utilizado;

- O vômito nunca deve ser induzido, pois o veneno pode ser corrosivo, como amônios, alvejantes líquidos ou em pó, detergentes, soda líquida, etc. E prejudicar, assim o esôfago;

- Após os primeiros cuidados, a criança deve ser levada imediatamente ao médico, juntamente com a amostra do produto ingerido. O vômito, se houver, também deve ser recolhido para exames.

- Centro de Controle de Intoxicações do Espírito Santo – Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória: (027) 3137-2400 / 3137-2406 / 0800 2839904 / 0800 7226001