Obesidade ou inchaço
Mulher de 41 anos, residente a 100 km de Belo Horizonte, Minas Gerais, iniciou tratamento em minha clínica queixando-se que desde Julho de 2007 sente dor ao urinar na região hipogástrica (baixo ventre).
Relatou que na tentativa de melhorar submeteu-se a dois procedimentos cirúrgicos, em setembro e novembro de 2007, onde foram retirados um ovário e o útero, mas de nada adiantou, pois as dores continuaram e em janeiro deste ano “engordou” 20 kg chegando aos 94 kg.
Na avaliação, durante o procedimento palpatório pude verificar em todo o seu corpo processos inflamatórios que causavam dor ao toque, áreas como pernas, coxas, quadril, coluna vertebral, ombros, braços, cabeça e face apresentaram alteração de sensibilidade e tônus.
Na primeira consulta, em 40 minutos de atendimento foi duas vezes urinar, teve dor forte na primeira vez, porém na segunda vez que urinou, a dor havia reduzido muito e hoje, após duas semanas de tratamento, está urinando várias vezes por dia, as dores e o inchaço têm reduzido significativamente.
Hoje, as crises não a mantêm na cama quatro dias, e ela já é capaz de realizar suas tarefas diárias.
Hábitos e suas conseqüências
Nossos movimentos cotidianos de pegar com as mãos para frente, de caminhar para frente, de ver e conseqüentemente ter mais consciência da parte anterior de nosso corpo, produz desequilíbrios de força muscular entre a parte anterior e posterior.
Tensões da musculatura peitoral e menor controle e força na parte posterior do tórax, leva a uma retração para frente produzindo aumento da cifose (corcunda) levando ao abaixamento do tórax, compressão das vísceras abdominais que se espalham para frente e para os lados, flacidez da musculatura abdominal que produz dilatação do abdome aumenta a circunferência da barriga e do quadril, além de diminuir de tamanho, pois as pessoas reduzem quatro, cinco ou mais centímetros em sua estatura.
Quando os músculos estão contraídos também ocorre a retração dos vasos linfáticos reduzindo o escoamento dos líquidos, causando sua retenção e inchaço por todo corpo.
Dor, esforço físico, problemas emocionais, insegurança, nos levam a encolher o corpo e aproximar vértebras e comprimem os nervos que inflamam, gerando edema, inchaço do corpo e enfraquecimento da musculatura que leva a mais compressão dos nervos.
Na tentativa de emagrecer as pessoas fazem regimes e enfraquecem o organismo, favorecendo o aumento das inflamações e do inchaço, como em pessoas que comem pouco e não emagrecem.
Um processo em cadeia que leva a debilitação dos sistemas corporais e altera nosso metabolismo.
Mas, não há regras, pois ao se contraírem as pessoas podem ter retenção de líquidos, bem como outras se encolhem tanto que seus músculos não deixam acumular líquidos e, somente ao relaxarem, todo corpo se solta e dilata como é o caso de uma paciente de 45 anos acometida por fibromialgia, que nos dias em que está estressada e se contrai muito, reduz suas medidas, mas nos dias em que está mais tranqüila e relaxada, todo seu corpo incha, fato observado em ex-atletas e pessoas que exageram ao praticar exercícios de contração muscular, pois ao pararem a atividade, o corpo dilata e fica flácido.
Em ambos os casos, somente quando o sistema nervoso estiver funcionando adequadamente é que o cérebro terá controle e tais processos poderão ser resolvidos.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) os fatores hereditários representam apenas 10% das causas das doenças, os outros 90% são determinados por hábitos e meio ambiente, portanto, é imprescindível ter hábitos saudáveis que, podem ser preventivos quando desenvolvidos para evitar o aparecimento dos sintomas ou, como geralmente, acontece no momento que a doença aparece e a pessoa se vê obrigada a aceitar as imposições dos profissionais que os acompanham no tratamento, e que nem sempre são eficientes e, com o agravante da urgência em solucionar o problema, as pessoas acometidas não tem tempo para planejar o tratamento mais adequado.
Assim, como um carro em movimento que precisa desacelerar para parar sua trajetória para “dar a ré”, também nosso organismo precisa de tempo, de estímulos adequados e da mudança de costumes para diminuir a velocidade de progressão das doenças, de modo que, possamos pretender e conquistar melhora na qualidade de vida.
Nosso tratamento
Por meio do REEQUILÍBRIO CORPORAL CONSCIENTE, eu e minha equipe utilizamos como recurso terapêutico as mãos (em atendimento individual) e a terapia em grupo onde são realizados movimentos que estimulam todos os segmentos do corpo, para identificar as alterações de tônus muscular e da sensibilidade que causam tensão, flacidez, rigidez, incoordenação de movimentos, dificuldade de percepção, dores, coceiras, formigamentos entre outros.
Para que depois de identificar possamos utilizar os mesmos movimentos para facilitar a comunicação do cérebro através do sistema nervoso, o qual funciona como fios condutores de estímulos elétricos que ativam e desativam cada função em nosso organismo e com isso, poder corrigir e aperfeiçoar o controle do cérebro em cada movimento realizado para cada segmento corporal e também como cada segmento interage, interfere e se soma ao todo corporal, melhorando a qualidade de vida.
Dr. Audinei Carlos das Neves
Fisioterapeuta CREFITO2 13079-F
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