População e Rodosol discutem nova saída da Terceira Ponte
Eduardo Oliveira
A proposta é criar uma nova via de acesso, ligando a ponte diretamente à Praia da Costa, o que deve reduzir o trânsito na região
Os moradores da Praia da Costa, representantes da Prefeitura de Vila Velha e da direção da Rodosol, concessionária da Terceira Ponte e da Rodovia do Sol, estão negociando a construção de uma via de acesso que ligue direto a ponte ao bairro, para quem vem de Vitória.
No último dia 19 de agosto, representantes da Ampc e de outras associações de bairros da orla e do centro, da PMVV e da Rodosol voltaram a discutir o assunto. O debate foi acompanhado, também, por comerciantes da Praia da Costa. Os moradores querem a construção de um alargamento à esquerda, na saída da ponte, e de uma travessia sobre o canal, permitindo que o motorista possa entrar diretamente no bairro, por meio da rua Piauí.
Segundo o presidente da associação da Praia da Costa (AMPC), José Eduardo Martins, esse novo acesso, além de agilizar a chegada e saída para quem mora na região, também ajudará a fluir mais rapidamente o trânsito na avenida Champanhant, em direção a Itaparica. “Um funcionário da Rodosol nos mostrou estatísticas que apontam um crescimento muito grande na quantidade de veículos que passam pelo local. Em 1998, eram 8 mil por dia e hoje são, em média, 62 mil. Grande parte desse movimento é de moradores do trecho que vai da Praia da Costa até Itapuã”, explicou Martins.
No início de setembro haverá uma nova reunião, para a qual estão convidados a secretária Estadual de Transportes e Obras, Rita Camata, e representantes do DNIT. “A Rodosol é apenas um a executora desses projetos.
Para que eles saiam do papel, vai depender da autorização e da liberação de verbas do Governo do Estado.
Também gostaríamos de contar com a parceria de empresas como a CST, a Vale do Rio Doce e a Petrobrás.
Elas têm um grande número de funcionários morando nessa região”, acrescentou o presidente da Ampc.
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Moradores da Prainha sonham com a restauração da Igreja do Rosário
Ana Paula Spina
A Igreja do Rosário é a
mais antiga do Espírito Santo
Um convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Vila Velha (PMVV) e o Instituto Monte Pascoal (BA) prevê a revitalização do Sítio Histórico de Vila Velha. Para o Coordenador de Difusão Cultural da Secretaria de Cultura de Vila Velha, Carlos Augusto Moreira, o projeto desenvolvido a partir de reuniões com a Câmara Setorial do Sítio Histórico do município podeia ajudar na restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a capela mais antiga do Espírito Santo, localizada na Prainha. Para a Comunidade do bairro, a solidariedade e a mobilização dos amigos da igreja foi o único caminho encontrado pela Paróquia de Nossa Senhora do Rosário para conservar o monumento.
Segundo Moreira, a falta de recursos federais para as obras da Igreja do Rosário junto à supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) têm dificultado o processo de restauração da capela. “Desde 1999, a Secretaria de Cultura de Vila Velha luta pela liberação de recursos federais para iniciar as obras junto ao Iphan, já que o monumento é tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. Restaurar a Igreja do Rosário significa investir em cultura, mas, infelizmente a Secretaria Municipal não têm recursos para assumir essa obra sozinha”, afirma.
De acordo com Flávia Vidigal, da Coordenação de Turismo da Prefeitura Municipal de Vila Velha, em virtude desse convênio, a Igreja do Rosário terá algumas necessidades atendidas, mas, ela explica que o projeto garante a revitalização do Sítio Histórico de Vila Velha e não a restauração da igreja. “A Prefeitura contratou o Instituto Monte Pascoal para fazer o diagnóstico do Sítio Histórico do município. A Igreja do Rosário faz parte, mas a princípio não há nenhuma ação específica para sua restauração. A Comunidade Católica da Igreja do Rosário procurou a ajuda da Prefeitura para a restauração do altar principal. A PMVV vai ajudar, mas ainda não divulgou o valor que será repassado”, disse.
Rosângela Simões, do Conselho da Comunidade Católica da Igreja do Rosário, diz que todas as obras de restauração da igreja foram feitas com recursos próprios da Comunidade, que recolheu dinheiro por meio de doações, festas e bazares organizados pelo conselho e desconhece qualquer ajuda da PMVV. “Já encaminhamos um projeto para a Prefeitura, mas até agora ninguém nos procurou. Já restauramos o telhado, o forro, a pintura externa da igreja, além de dois altares e duas imagens, mas não tivemos o apoio da PMVV”.
De acordo com Rosângela, o dinheiro investido para a revitalização das praças situadas ao redor da Igreja do Rosário é quase o valor da obras para a restauração interna da Igreja. “A PMVV está investindo R$ 220 mil para revitalizar as praças, enquanto um monumento histórico precisa ser restaurado”, reclama.
De acordo com a Superintendente do Iphan Regional, Carol de Abreu, o Instituto já desenvolveu e apresentou vários projetos. Segundo ela, a falta de documentação administrativa e, principalmente, a escassez de recursos destinados à cultura do país adiaram a execução das obras de restauração da Igreja do Rosário. “Só este ano, 50% dos recursos para a cultura foram cortados. Mas a comunidade da Prainha não aceitou e se mobilizou para garantir recursos financeiros e viabilizar verbas para as obras. A ação da comunidade estimula e reafirma o sentimento de apropriação do Patrimônio”, afirma.
De acordo com a Assessoria de Comunicação do vereador Joel Rangel (PDT), que encaminhou um ofício em maio deste ano ao Ministério da Cultura solicitando empenho na solução do processo que trata da liberação de verbas para a restauração da Igreja do Rosário, só a restauração do altar mor custa R$ 95 mil, mas o valor total das obras está estimado em R$ 230 mil.
Segundo Moreira, se o projeto realizado pelo Iphan já tivesse sido aprovado, aproximadamente 20 crianças em risco social já teriam uma profissão. “Se nós pudéssemos contar com a verba para as obras, a PMVV, em parceria com a iniciativa privada, estaria viabilizando a formação das crianças, que seriam capacitadas em seis meses e passariam a ser remuneradas como restauradores. Além disso, elas ganhariam uma bolsa de auxílio para despesas com a alimentação e o transporte”, acrescenta.
Iphan reconhece importância da obra em Vila Velha
Segundo o Catálogo de Bens Culturais Tombados no Espírito Santo, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Vila Velha foi construída primeiramente como uma capela, na época da chegada do primeiro Donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho, em 23 de maio de 1535. Em 1551, os jesuítas teriam ajudado a erguer outra capela maior consagrada a Nossa Senhora do Rosário.
Em 20 de março de 1950, a Igreja foi tombada pelo Iphan e encontra-se inscrita nos Livros de Tombo Histórico e das Belas Artes. A Igreja já sofreu obras de restauração em 1953, 1964 e 1990. Os altares da nave da Igreja datam de 1908. O altar lateral foi restaurado em 1999 e os dois altares colaterais ao arco-cruzeiro foram restaurados em 2001.
O que é tombamento?
O tombamento é um ato administrativo realizado pelo Poder Público, em suas várias instâncias, com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.
O Tombamento pode ser aplicado aos bens móveis e imóveis, de interesse cultural ou ambiental, como fotografias, livros, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios, ruas, praças, cidades, regiões, florestas, cascatas. No caso do bens materiais, somente é aplicado aos de interesse para a preservação da memória coletiva, e pode ser feito pela União, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan, pelo Governo Estadual, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Espírito Santo ou pelas administrações municipais, utilizando leis específicas ou ainda a legislação federal.
Sinaleiras provocam confusão entre moradores da Praia da Costa
Ana Paula Spina
Alguns moradores reclamam do barulho provocado pelas
sinaleiras durante a madrugada
Um conflito envolvendo moradores, síndicos e administradores de condomínios residenciais da Praia da Costa, divide opiniões em relação a obrigatoriedade das sinaleiras de advertência para pedestres, levou a Associação dos Moradores da Praia da Costa (Ampc) a procurar a Câmara de Vereadores de Vila Velha e buscar uma solução para o problema. A Ampc espera a aprovação de um anteprojeto de lei que obriga os edifícios residenciais, comerciais e industriais a instalar o sinalizador, que indica a entrada e saída de veículos das garagens e protege, principalmente, os deficientes audiovisuais.
O advogado José Clélio de Medeiros, que é síndico do Edifício Lousane, disse que já enfrentou problemas com um morador de um prédio vizinho que não aceita o barulho provocado pela sinaleira. “Um morador do edifício ao lado já desligou a minha sinaleira e ameaçou quebrá-la se ela continuasse o incomodando. Esse morador já havia causado problemas na gestão anterior, danificando o aparelho. Eu conversei com ele e adverti. Se ele insistisse, o assunto seria resolvido na Justiça”, disse.
De acordo com o responsável pelo departamento de comunicação da Ampc, Ricardo Rocha, a lei que obriga a instalação das sinaleiras no município deve ser aprovada com urgência para preservar a vida dos pedestres que transitam pelas calçadas e para garantir a boa convivência entre os moradores do bairro. “Ainda não temos uma legislação municipal. O anteprojeto pressupõe que o sinaleiro seja desligado durante a madrugada, para não atrapalhar o sono dos moradores. Se a lei for aprovada estaremos garantindo a segurança de crianças, idosos e deficientes. Além disso, leis existem para serem cumpridas e sabemos que quem se opõe às leis é penalizado. A lei é a única forma de evitar conflitos”, garante.
Mas segundo o corretor de imóveis Carlos Assis, que mora na Praia da Costa e admite ter se envolvido em confusões porque é contra a obrigatoriedade dos sinaleiros, caso a lei seja aprovada, ela não vai beneficiar os deficientes. “Desligar o aparelho durante a madrugada é limitar os deficientes a circularem pelas ruas somente durante o dia. O sinaleiro não evita acidentes e só incomoda a população que convive com o barulho diariamente. Se a lei for aprovada terei de cumprir, mas pretendo lutar para que ela seja derrubada”, disse.
Para a administradora do Edifício AnaCapri, Margareth Gobbi, a lei deveria ser aprovada o mais rápido possível. “Eu já não sei mais o que fazer. Se o morador não aceita o barulho ele sobe no muro do prédio e desliga o aparelho. Ele não tem esse direito, mas como não existe legislação não há punição. Eu tenho um familiar deficiente e sei o que é conviver com a escassez de recursos para essas pessoas. Não posso desligar o ruído ou a iluminação da sinaleira porque deficientes visuais e auditivos circulam pelas calçadas próximas à garagem do prédio”, desabafa.
Projeto
O vereador da Câmara Municipal de Vila Velha Joel Rangel (PDT), autor do projeto de lei que obriga a instalação de sinaleiras de advertência para pedestre nas entradas e saídas de garagens, explica que a legislação vai por fim aos conflitos. Se aprovada, segundo ele, qualquer concessão de habite-se e licenciamento de obras para construção, acréscimo, reforma ou instalação em edificações residenciais, industriais e comerciais e de outros estabelecimentos com garagem, só serão expedidos pelo órgão municipal competente mediante prévia comprovação da instalação de sinaleiras. Pela proposta, a sinaleira audiovisual não poderá emitir níveis sonoros superiores a 35 decibéis e o dispositivo deverá ser desligado diariamente entre às 20 e às 6 horas, mantendo o alerta visual durante todo o dia.
Ambulantes invadem Praia da Costa
Luzimara Fernandes
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A ocupação do calçadão por vendedores ambulantes
atrapalha a vida de quem faz caminhadas na Praia
A ocupação desordenada dos ambulantes ao longo da orla da Praia da Costa tem provocado transtornos aos freqüentadores do local. A situação é incômoda, principalmente, para quem gosta de caminhar e fazer exercícios na praia.
O presidente da Associação de Moradores da Praia da Costa, José Eduardo Martins, disse que a população reclama há muito tempo, porém, a Prefeitura de Vila Velha não toma nenhuma medida efetiva para solucionar o problema. “A prefeitura diz que vai cadastrá-los, mas até agora não temos uma resposta”, disse José Eduardo.
A chefe de fiscalização da Secretaria de Serviços Urbanos de Vila Velha, Lindalva Fátima Marques, disse que, por meio do Código Municipal de Postura, a prefeitura tem fiscalizado e notificado o vendedor que não respeito o Código e, que, cerca de 90% dos ambulantes da Praia da Costa são cadastrados.
“Há uma comissão, criada pelo prefeito Max Filho, que fiscaliza a utilização do espaço físico e fiscais de postura autuam e notificam o ambulante que está irregular. A fiscalização é constante, não apenas na Praia da Costa, mas também em Itapoã e em Itaparica, com plantões que vão do período da manhã ao da noite”, completa Lindalva.
O que para muitos é um transtorno, para o vendedor ambulante Roque, é a única forma de sustentar a família. Ele que há sete anos trabalha, legalmente, no calçadão diz que escolheu a Praia da Costa devido à beleza do lugar e às amizades cativadas ao longo dos anos.
A respeito das reclamações sobre o espaço ocupado pelos ambulantes, Roque alega que não atrapalha a passagem dos pedestres e que muitas vezes as reclamações decorrem do modo como o ambulante trabalha e utiliza o espaço. “O bom convívio entre o vendedor e o freqüentador depende muito da higiene e de como você deixa o lugar quando vai embora. Eu recolho todo o lixo, lavo a calcada com sabão e deixo tudo limpo antes de ir para casa”, relata Roque.
Os habitantes da Praia da Costa - humanos e caninos
Idomar Taufner
A Praia da Costa é dotada de uma densidade demográfica significativa, distribuída hoje, na maioria, em confortáveis prédios de apartamentos, muitos de excelente qualidade, proporcionando aos seus habitantes um alto grau de conforto, comparável aos centros urbanos mais sofisticados do país. Nesta verdadeira selva de pedra coabitam quase que harmoniosamente seres humanos e algumas espécies de animais, mais notoriamente CÃES, das mais variadas raças e tamanhos: pastores alemães, pitbuls, hotwailers, cokier spaniels, poodles, vira-latas e muitos outros.
O que se vê, nessa convivência quase sempre harmoniosa, é uma interação quase perfeita. Parece-me que os prédios residenciais não contemplaram “nossos melhores amigos” com dependências apropriadas, pois são eles obrigados a viver em promiscuidade com os seus parceiros “humanos”, não têm dormitórios, instalações sanitárias, áreas de serviço, de lazer e elevadores privativos. São, muitas vezes, obrigados a locomoverem-se pelos elevadores de serviço utilizados pelos outros usuários, causando-lhes vários tipos de desconforto, como suportar os odores dessa outra espécie. Costumam pernoitar e fazer suas necessidades fisiológicas sobre os noticiários até recentes e carregados da mais extrema violência. Talvez por isso sejam contaminados pelo nefasto mal do comportamento humano, tornando-se, assim, impacientes e agressivos.
Há aquelas pessoas que beijam seus amigos na boca, expondo-os aos riscos de serem contaminados por bactérias estranhas à sua espécie. Pobres cães! Até mulheres de má fama são chamadas pelo nome das fêmeas desses nossos melhores amigos, num desrespeito flagrante à sua reputação. Mas existe o lado oposto nessa convivência. Alguns privilégios são exclusivos dos cães. Por exemplo, podem fazer suas necessidades publicamente quando passeiam pelo calçadão da Praia da Costa, não significando isto qualquer falta de pudor.
Falta de pudor e de higiene é a dos proprietários desses animais que não recolhem os excrementos da via pública, permitindo que as pessoas que, ao caminharem por esses locais, levem para casa junto ao solado dos seus calçados essas imundícies. Esses cães são mesmo privilegiados enquanto caminham pelo calçadão, ruas e avenidas. Perderão tal privilégio, no entanto, se circularem em baixo da “Terceira Ponte”. Aí serão eles que levarão a fedentina junto às suas patas.
Quanto a nós, muitos idosos com problemas prostáticos e usuários de medicamentos diuréticos não temos opção para as nossas necessidades, pois em toda extensão do calçadão da Praia da Costa não há uma instalação sanitária sequer. A minha sugestão a quem de direito, na impossibilidade de dotar o local com instalações apropriadas, seria o plantio de touceiras de bananeiras ou outras plantas que alcançassem o mesmo resultado. Poderíamos fazer um retorno às nossas longínquas origens e, assim, não cometer o despudor de ter de realizar necessidades fisiológicas publicamente, já que não temos o mesmo privilégio dos cães.
Ainda sobre os cães. Não há como impedir que nos cantos dos muros e nos pés dos postes haja a presença de restos urinários dos nossos amáveis amiguinhos. Este é um costume próprio deles, que julgam demarcar o seu território. São assim mesmo; nós é que não os entendemos bem.
Nem só de coisas negativas devemos falar sobre esses nossos melhores amiguinhos.
Há muitas coisas interessantes a serem lembradas. Felizmente, a nossa cidade contempla os membros dessa espécie com várias clínicas e até “spas”, onde podem hospedar-se e obter cuidados para com a sua saúde, tais como serviços de médicos veterinários, medicamentos e, principalmente, as vacinas preventivas para muitas das enfermidades a que estão sujeitos; há uma boa quantidade de “pet shops”, onde são possíveis de serem encontrados rações, acessórios e roupas apropriadas.
Há alguns dias, quando caminhava pelo calçadão, vi uma coisa realmente inusitada: dois pequenos cães trajados a caráter fantasiados de “cowboys”.
Também neste final de semana, passando em frente a uma dessas casas especializadas em artigos para animais domésticos, vi que acontecia ali uma festa junina com os animais participantes devidamente caracterizados de “caipiras”. Vejo que os nossos melhores amigos trilham também os caminhos da arte e da cultura folclórica.
Estão de parabéns esses proprietários que valorizam seus animais de estimação, dando-lhes uma condição de vida “digna de cão”. Também àqueles que têm o hábito de cuidar da preservação da higiene coletiva, de modo a zelar pela saúde de todos nós “Humanos & Caninos”.